About Me

sexta-feira, 13 de maio de 2011

É, sexta-feira 13, e eu poderia estar em algum lugar lá fora, mas o mundo está caindo em chuva. Jason Wins (piadinha boboca).

Eu deveria imprimir os artigos que minha quase orientadora me mandou, aliás, deveria ter feito isso desde segunda-feira. Melhorei da minha conjuntivite ontem, mas a preguiça ainda me domina. Rs...

Fiquei com vontade de escreve porque me lembrei de uma frase da Clarice: “Isso é um monstro ou isso é ser uma pessoa?”. É, isso me faz refletir sobre uma autopunição que não consigo evitar sobre alguns erros que já cometi. Acho que quase ninguém deve parar pra pensar sobre seus próprios erros “imperdoáveis”. Aqueles que nem fazem parte do passado, e sim do pretérito. São aqueles erros que ocorrem por acontecimentos em série e já não existem razões e motivações para sequer tentar corrigi-los. Mas que, de certa maneira, ficam na sua memória. Ficam na memória daqueles que se preocupam demais e sentem pelo que nem deveriam. Como já disse, é muito raro alguém vagando pelo centro da cidade se lembrar que pode ter magoado muito alguém, que pode ter errado feio, mesmo que essa não tenha sido sua intenção e ainda sim se sentir mal por isso. Porque é muito mais cômodo esquecer esse tipo de erro, parece que dá mais gás pra julgar, condenar e apontar dedos para as falhas alheias. Eu já escrevi uma vez aqui no blog que nosso senso de justiça, quando o assunto é pessoal, é interferido pelos próprios sentimentos, e, por isso, pode muito bem ser falho. E o tempo é o melhor professor da vida, e ele te mostra depois o que exatamente você fez de errado. Porém, existem casos que até se pudéssemos voltar no tempo, seriamos levados mais uma vez pelas emoções e cometeríamos erros iguais de maneiras diferentes. Ou simplesmente seguiríamos o caminho que acharmos certo, o que significa, algumas vezes, abandonar outros caminhos. Mesmo que não se arrependa da sua escolha, você se lembra, naturalmente e quase sem querer, que pode ter feito pessoas sofrerem com isso. Meu signo tem bastante nostalgia, mas sempre fui muito carpe diem nesse ponto e não me achava tão nostálgica como pessoas que já conheci. Agora eu reparei que eu me apego sim ao passado, mas eu me apego à pior parte dele. E isso ninguém vê. É uma coisa tão pessoal e tão in, que é imperceptível até pra quem me conhece de longa data. Uma amiga me falou que sou cheia de mistérios. É, sou mesmo. Isso me mata por dentro, porque eu penso em N possibilidades, penso como tudo poderia ser diferente e muita dor até agora poderia ter sido evitada. Tanto a dor que senti quanto a dor que já causei. Não, meu presente e minha vida atual não me fazem querer voltar. Estou melhor agora do que antes em muitos pontos. Tirei pesos e pessoas que se mostraram desnecessárias, e não me arrependo disso. Sabe, eu penso que só eu devo ser tomada por esse sentimento de “lamentação”. Quando eu sinto isso, eu sofro, de verdade. Porque eu sou entregue a alguns sentimentos e os sinto a flor da pele. Às vezes, distraidamente andando pela rua, esses pensamentos rondam a minha cabeça e eu penso: Nossa, só agora eu vejo o quanto posso ter magoado. O meu grande mau é que mesmo quando eu não me importo com os outros, até mesmo aqueles que são falsos ou de intenções duvidosas, eu me importo com eles (sei que é difícil entender, da mesma maneira que pode ser complicado seguir meu raciocínio). Eu tive uma criação tão bobinha que, às vezes, por alguns momentos, penso que tudo poderia ser como o mundo de Poliana. Até no fundo da minha mais profunda raiva, existe um alguém que lamenta por todas as batalhas sofridas e que parece gritar para os outros: “Nada poderia ser assim. Olha a que ponto tudo chegou?” Esse ponto me obriga a me trancafiar quando, na verdade, eu não queria. Faz com que eu tenha medo de fazer da minha vida um livro aberto. Isso é muito sufocante. Eu tenho a mania, mesmo não sendo uma das pessoas mais maleáveis que existem, de, no fundo, sempre tacar a culpa toda pra mim, de tudo. Sinto-me sobrecarregada porque devido a alguns fatores na juventude eu sempre quis evitar confusões e ser aceita. E quando alguém é assim se torna muito mais vulnerável a suposições alheias. Sinto medo do mundo, das pessoas e quando cai a ficha que posso ter causado a alguém algum tipo de sofrimento que outro alguém já me causou, fico me sentindo mal. Só quando, mais uma vez, me lembro dessa frase da Lispector, percebo que todos são assim, admitindo ou não. Existe um lado nosso que só nós mesmos conhecemos, e não adianta, por mais que você queria transparecer algo, existe uma verdade sobre você que ninguém sabe. Alguns se sentem mal por ela, até se lembrar que isso é ser o ser humano. Somos emotivamente egoístas em muitos pontos. Mas há aqueles que preferem esconder esse lado pessoal para continuar sua incessante luta em busca as falhas alheias para exaltar seu ego.

Isso tudo é só pra dizer: Sejamos complacentes (até com nós mesmos).


And be a simple kind of man. Be something you love and understand.”


Ah, lembrando, mais uma vez, que esse blog é só um espaço pra desabafo e devaneios. Não pretendo ser poeta, tampouco escritora. Não tenho o dom. A vontade de escrever vem e eu obedeço. É bom. Além de encontrar nesse espaço algumas coisas que leio, tanto na net quanto nos livros que eu baixo.

Bom, é isso. Fico por aqui, porque estou perdendo o filme Almost Famous, mais uma vez, com coisas que nem deveria escrever.


Miquinhos do Bosque da Barra da Tijuca - RJ